É fácil, é barato, produz excelentes resultados.
Por essa razão, não
podia deixar passar a oportunidade de trazer o Afonso Silva cá ao
Norte, para que possa partilhar o
seu interessante método de criação de de rainhas, connosco. E mais não precisaria de dizer.
Afonso,
como descobriste a apicultura?
Iniciei-me
na apicultura, numa tarde de Maio, por mero acaso. Foi há tanto
tempo, que já nem me lembro quando aconteceu.
Enquanto curava a batata para o míldio, lembro-me de ver os meus companheiros desatarem numa correria estrada abaixo. Um deles tinha, já, 60 anos - foi a única vez que me lembro de o ver correr!
Enquanto curava a batata para o míldio, lembro-me de ver os meus companheiros desatarem numa correria estrada abaixo. Um deles tinha, já, 60 anos - foi a única vez que me lembro de o ver correr!
Era
um enxame, de tamanho mediano, que resolveu pousar no muro de pedra
da propriedade. Fiquei, curioso. Fui-me aproximando. Lembrei-me que
tinha uma colmeia artesanal, que me tinha sido oferecida em troca de
alguma lenha, guardada na garagem, havia mais de 1 ano.
Fui buscar a colmeia, coloquei-a ao lado do enxame e fiquei fascinado a vê-las entrar.
Passado pouco tempo, recolhi um segundo enxame para dentro de um barril.
Fui buscar a colmeia, coloquei-a ao lado do enxame e fiquei fascinado a vê-las entrar.
Passado pouco tempo, recolhi um segundo enxame para dentro de um barril.
Assim
me iniciei!
O curioso é que, na minha zona (Sobral de Monte Agraço), a apicultura era escassa e, durante mais de uma década, era raríssimo ver um enxame.
O curioso é que, na minha zona (Sobral de Monte Agraço), a apicultura era escassa e, durante mais de uma década, era raríssimo ver um enxame.
Um
início auspicioso!
(Risos)
Mais ou menos. Durante um ano, viveram, ambos, no terraço da minha
avó. Ia vê-los, a cada semana. Os dois enxames acabaram por
sucumbir ao segundo Inverno, já próximo à Primavera. Esse foi o
motivo que me levou a querer saber mais sobre apicultura. O primeiro
livro foi-me oferecido. Depois, veio um segundo, e mais, e mais. E
muito, muito estudo sobre as abelhas.
Nesse segundo ano comprei 3 núcleos, que evoluíram e se tornaram 4 enxames preparados para invernar. Tirei os meus primeiros oito quilos de mel!!
Nesse segundo ano comprei 3 núcleos, que evoluíram e se tornaram 4 enxames preparados para invernar. Tirei os meus primeiros oito quilos de mel!!
Correu melhor, dessa vez?
Sim!
As coisas foram acontecendo, naturalmente, e os quatro enxames
passaram a oito, e depois a doze... Quando tive que deixar Portugal,
por motivos profissionais (o Afonso é engenheiro mecânico), tinha
vinte-e-quatro enxames e imensa sede de aprender!
A
tua saída de Portugal causou alguma interrupção na tua actividade
como apicultor?
Nem por sombras! Continuei a tentar aprender, visitando tudo o que podia, por essa Europa fora.
Nem por sombras! Continuei a tentar aprender, visitando tudo o que podia, por essa Europa fora.
Quando
regressei a Portugal, em 2012, ainda tinha vinte-e-dois enxames, mas
alguns estavam em mau estado.
Mas
não esmoreceste!
Estava
decidido a viver da apicultura! Queria fazer uma apicultura onde os
químicos fossem, apenas, o último recurso. Queria trabalhar com a
Natureza a favor das abelhas.
Nesse ano, cresci, como apicultor, de vinte-e-dois para setenta enxames. No ano seguinte, passei de setenta a cento-e-vinte (e com alguns núcleos vendidos).
Nesse ano, cresci, como apicultor, de vinte-e-dois para setenta enxames. No ano seguinte, passei de setenta a cento-e-vinte (e com alguns núcleos vendidos).
Este
ano conto invernar duzentos enxames, vendendo, pelo menos, outros 50.
Talvez inverne mais de duzentos...
Como
tens lidado com a varroa?
Tenho tratado a varroa com ácidos orgânicos, sumo de limão e óleos essenciais de plantas. Este ano, a título extraordinário, devido ao Inverno atípico, que gerou uma quantidade anormal de varroa, interrompi este ciclo pela primeira vez em cinco anos e usei um tratamento químico.
Para mim, os tratamentos convencionais são a excepção, e não admito utilizá-los frequentemente.
Tenho tratado a varroa com ácidos orgânicos, sumo de limão e óleos essenciais de plantas. Este ano, a título extraordinário, devido ao Inverno atípico, que gerou uma quantidade anormal de varroa, interrompi este ciclo pela primeira vez em cinco anos e usei um tratamento químico.
Para mim, os tratamentos convencionais são a excepção, e não admito utilizá-los frequentemente.
O
que te levou a partilhar o que sabias sobre os tratamentos biológicos
à varroa?
Tento ensinar a outros aquilo que vou a aprendendo com os meus "mestres apicultores", pois acredito que apenas o Conhecimento pode mudar a nossa apicultura para melhor.
Tento ensinar a outros aquilo que vou a aprendendo com os meus "mestres apicultores", pois acredito que apenas o Conhecimento pode mudar a nossa apicultura para melhor.
Como te vês como apicultor?
Não
sou um apicultor intensivo, mas também não sou um pequeno
apicultor. Sou alguém que acredita poder viver, profissionalmente,
em torno das abelhas e poder ter uma excelente qualidade de vida,
próximo à família.
Acredito muito na qualidade do produto final, e acho que o apicultor pode, e deve, entender a abelha e as suas necessidades, a fim de lhe proporcionar tudo o que ela necessita. Se as tratarmos bem, elas também cuidarão de nós!!
Gosto muito da apicultura fixa, sem stress. Quero ter, apenas, a quantidade de colmeias que de possa cuidar. Mais vale uma colmeia bem cuidada do que duas mal tratadas.
Acredito muito na qualidade do produto final, e acho que o apicultor pode, e deve, entender a abelha e as suas necessidades, a fim de lhe proporcionar tudo o que ela necessita. Se as tratarmos bem, elas também cuidarão de nós!!
Gosto muito da apicultura fixa, sem stress. Quero ter, apenas, a quantidade de colmeias que de possa cuidar. Mais vale uma colmeia bem cuidada do que duas mal tratadas.
Podias,
em duas pinceladas, descrever a beleza e as vantagens do teu método
de criação de rainhas?
Sim,
claro.
1.º - Utilizo muito menos material específico de criação de rainhas, o que torna o método muito mais barato;
2.º - As rainhas são extremamente bem alimentadas, logo serão rainhas de 1.ª qualidade, em tudo semelhantes a rainhas de substituição natural;
3.º - O aproveitamento do material standard que temos ao nosso dispor;
4.º - Para quem vê mal, ou quer um método natural sem recurso ao picking, a solução é rápida, barata e permite produzir 30 rainhas sem grande investimento.
1.º - Utilizo muito menos material específico de criação de rainhas, o que torna o método muito mais barato;
2.º - As rainhas são extremamente bem alimentadas, logo serão rainhas de 1.ª qualidade, em tudo semelhantes a rainhas de substituição natural;
3.º - O aproveitamento do material standard que temos ao nosso dispor;
4.º - Para quem vê mal, ou quer um método natural sem recurso ao picking, a solução é rápida, barata e permite produzir 30 rainhas sem grande investimento.
E
como encaras este novo “Workshop de Criação de Rainhas com Afonso
Silva, em Paredes”?
Vou aí ao Norte, a Paredes, com o intuito de "descomplicar e desmistificar" a arte que é fazer boas rainhas! Rainhas acessíveis ao pequeno e médio apicultor, sem necessidades de grandes investimentos. São as minhas "Rainhas de 7 tostões": fáceis, baratas e de 1.ª qualidade.
Vou aí ao Norte, a Paredes, com o intuito de "descomplicar e desmistificar" a arte que é fazer boas rainhas! Rainhas acessíveis ao pequeno e médio apicultor, sem necessidades de grandes investimentos. São as minhas "Rainhas de 7 tostões": fáceis, baratas e de 1.ª qualidade.
Espero
que gostem!